LUCIANA MARTUCHELLI

Filha do ator e diretor Gê Martú e da atriz e escritora Gisele Lemper. É atriz, dramaturga, compositora, cantora, cenógrafa, produtora, cineasta, preparadora de atores e diretores e diretora de espetáculos teatrais, óperas e musicais, shows de música, filmes e programas de TV e rádio.

Dirigiu seu primeiro espetáculo aos 10 anos que, na época, seguiu em temporada em todas as escolas públicas do Plano Piloto. Por esse trabalho, recebeu o mérito de Artista Revelação, pela revista Educação (MinC), além de bolsas de estudo e de incentivo, pelas quais atuaria e dirigiria mais de 10 obras teatrais e operetas antes dos 17 anos.

Luciana graduou-se em interpretação e direção pelo Instituto Superior de Arte, em Havana (CUB); no Fashion Institute of Design & Merchandising (California, USA); e pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes – FBT, em Brasília, onde também foi professora efetiva de literatura dramática, interpretação, encenação e multimeios de comunicação.

Ao longo da sua formação, estudou diretamente com Aderbal Freire-Filho (Teatro de Poeira); Dulcina de Moraes (FBT); Antunes Filho (CPT); Peter Brook e Oshi Oida (CICT / Théâtre des Bouffes du Nord); Ariano Suassuna; Augusto Boal; Liu Pai Lin e Liu Chi Ming (CHI); Toshi Tanaka (JAP); Marcelo Avelin (HOL); Wladimir Carvalho; Tizuka Yamasaki e Maria Pia Scognamiglio; Angel Vianna; Walter Lima Jr.; Fátima Toledo; Charles Watson (EAV Parque Lage); Silvio Tendler; Fernando Duarte; Waldir Pina; Sérgio Moriconi; Martin Schwantes e Wanderley Bertolo; André Luis de Oliveira; Gustavo Acioli; Marcos Mendes; Maura Baiocchi; Gisele Rodrigues; Fernando Azevedo; Irene Bentley; Patrícia Tavares; Wilzy Carioca; Douro Moura; Fernando Bastos, Denise Fleith, Tania Rivera e Fernando Villar (UnB); e Giovane Aguiar, de quem é parceira em muitos projetos desde 2006.

Entre seus novos mestres e treinamentos de teatro estão Eugenio Barba, Julia Varley, Roberta Carreri, Torgeir Wethal, Augusto Omulu, Iben Nagel Rasmussen, Tage Larsen e Jan Ferslev (Odin Teatret, DIN); Ana Correa, Teresa Ralli e Debora Correa (Yuyachkani, PER); e Jill Greenhalgh (GBR). No treinamento de voz e canto, estão Anna Zubrzycka (POL); Brigitte Cirla, Marianne Suner e Tania Zolty (Voix Polyphoniques, FRA) e Helen Chadwick (GBR).

Desde 2010, faz a direção e curadoria do Festival Internacional de Mulheres no Teatro – SOLOS FÉRTEIS, com foco em monólogos e solos unipersonais, conectado à rede The Magdalena Project, fundada em 1986, por Jill Greenhalgh, no País de Gales. O SOLOS FÉRTEIS tem parceria com: Transit Festival, na Dinamarca; Vértice Brasil, em Florianópolis; Magdalena 2da Generación, na Argentina; e é madrinha da mostra Mulher em Cena, em Caxias do Sul.

Luciana fez a apresentação e a tradução – junto com a atriz Juliana Zancanaro – do livro “Pedras d´água”, da atriz Julia Varley (Odin Teatret), de quem é discípula desde 2007. A convite do Odin Teatret, integrou o elenco do espetáculo "Ur-Hamlet", dirigido por Eugenio Barba. Em 2008, criou o treinamento de excelência dramática A Arte Secreta Do Ator – Odin Teatret – Brasil, com o diretor e a atriz. O masters-in-residence está em sua sexta edição (2013) e recebe, anualmente, artistas de várias partes do Brasil e da América Latina.

Fundadora e diretora da TAO Filmes – estúdio de pesquisas cênicas, produtora de cinema e escola de atores e canto desde 1994. Luciana é uma das pioneiras na cidade no processo de montagens teatrais multimídia e na criação de um estúdio de artes cênicas a nível técnico – com aulas de teatro, dança, sapateado, câmera, dramaturgia e técnica de voz e canto para os atores. Dirige a Cia. YinsPiração Poéticas Contemporâneas – composta por atores, cantores, artistas plásticos, cineastas, bailarinos, escritores e músicos formados cenicamente pela diretora, além de convidados de áreas afins, por onde já passaram mais de 13 mil pessoas. Desde 2011, investe na elaboração do Teatro Olhos D’água – sala de ensaios e teatro de bolso.
Seu método, técnicas e exercícios de atuação são um framework multilinguístico para criação de dramaturgia corporal, composição dramática, escrita autoral, pesquisa em níveis de presença, vulnerabilidade, fluxo, meditação, deslocamento perceptual e inteligências cognitivas da mitologia, da psicologia, da neurociência e da anatomia emocional. Criou, em 2007, um espaço de treinamento e alta performance sobre ações físicas e vocais, Physis – Dramatic Bodystorm Training, onde forma atores interessados em excelência dramática no teatro e na performance. Além das técnicas teatrais, o treinamento é embasado nos pressupostos e as obras de Csikszentmihalyi, Alexander Lowen, Joseph LeDoux, S. Freud, C. Jung, James Hillman, Eisenstein, Mantak Chia, Julia Cameron, Syd Field, Klaus Burgoyneé, Klaus Vianna, Jean-Claude Carrière, Gilles Deleuze, J. Sansonese Niro, Alan Watts, Joseph Campbell, Ken Wilber, Genpo Roshi, Pema Chödrön e Adyashanti.

Seu trabalho de formação de atores e curadoria artística é requisitado por universidades, prefeituras e grupos artísticos autônomos de vários locais do Brasil e do mundo, passando pelo Rio de Janeiro (RJ), Ribeirão Preto (SP), Belo Horizonte e Ouro Preto (MG), Manaus (AM), Curitiba (PR), São Luis (MA), Natal (RN), Vitória (ES), Salvador e Barreiras (BA), Palmas (TO), Goiânia (GO), Cuiabá e Rondonópolis (MT), Porto Alegre e Caxias do Sul (RS), Los Angeles e San Francisco (EUA), Luanda (ANG), Maputo (MOZ), Windhoek (NAM).

Interpretou obras radiofônicas para a Cultura FM, entre elas “Dona Xepa” e “Lua Cheia de Amor”. Na TV, trabalhou, com o diretor de novelas Reynaldo Boury, preparando minisséries para a TPA (Televisão Popular da Angola). Foi sua assistente de direção e preparadora de atores no Brasil e na África. Ao lado de Boury, também coordenou o projeto Afiliadas de Teledramaturgia. Foi também assistente de Walter Carvalho, Daniel Filho, Cecil Thiré e Lucas Bueno (Rede Globo). Atua como coach e media trainer de importantes governamentais do cenário brasileiro. É referência de casting e preparação de atores, de jornalistas e de apresentadores de programas de TV.

Com mais de 30 filmes publicitários em sua carreira como atriz, Luciana apresentou programas para TV, como “Fique Ligado”, “Agenda DF”, “Turismo e Cultura”, “Painel” e “Brasília Sobre Rodas”; e pelo Projeto Catedra/UNESCO, os programas “Preenchendo Papéis”, “Avaliando Currículo”, “O Conflito”, “As Duas Faces da Moeda”. Fez direção de seriados de ficção educacionais, como o "Drogas nas Escolas", da TV Escola/CPCE. No Centro Oeste, fez casting para documentários, filmes e novelas como “Araponga”, “Rei do Gado”, "Renascer", "Estrela Guia", "A Justiceira", “Brasilíada”, “AI-5 – O Dia Que Não Existiu”, “Os Maias”, “O Dia da Caça”, “Braslília 18%”, “As Vidas de Maria”, “Deus-Arma”, “Hereditário” e “Signo de Ouro”.

Atualmente faz o casting e preparação de atores do longa-metragem “Jeitosinha”. Como diretora de cinema, está em fase de captação para a realização do curta “Boa Moça” e para a finalização dos curtas “Tricô” e “O Filminho” – em parceria com Marcus Ligocki – e do documentário sobre a voz da mulher no teatro, “Projeto Madalena” – em parceria com a Nova Filmes e o Odin Teatret.

De 2009 a 2011, foi convidada do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde ministrou módulos livres de interpretação e direção para atores para a câmera, somando mais de 50 filmes nas últimas 4 edições do Festival com atores que estudaram ou foram preparados por ela. Em 2012, ministrou oficina de atuação para a 3a Mostra de Cinema e Vídeo, promovida pelo SESC-DF. Na dança, foi assistente de direção e de palco de Lenora Lobo, diretora do grupo Alaya Dança (com Rosa Coimbra, João Negreiros e Kênia Dias), com quem viajou em turnês nacionais e íbero-americanas. Dirigiu também performances e espetáculos das coreógrafas Eugênia Matos e Rosana Asad.

Na área da música, fez a direção cênica do espetáculo “Nosso Jeito”, do grupo vocal Laugi, regido pelo maestro Paulo Santos. Atualmente, trabalha com a Orquestra de Senhoritas, da maestrina Dora Galesso, e no novo show do cantor Eduardo Rangel. Dirigiu lançamentos de CDs, DVDs e shows de música com Couple Coffee (Luanda Cozetti e Norton Daiello – Lisboa, POR), Káthia Pinheiro (banda e Orquestra Sinfônica de Brasília), Eduardo Rangel (em turnês em Brasília e no Mistura Fina – RJ), Orquestra Filarmônica de Brasília, Quarteto de Brasília, Flávio Fonseca, Arun, Pecê Souza, Toninho Alves, Fernando Nantra, Ticho Lavenere, Haroldinho Matos, Jorge Macarrão, Alberto Sales, Ângela Brandão, Carlos Zimbher, Zila Siquet, Sandra Duailibe, além de musicais para a escola BSB Musical. À convite, está trabalhando atualmente na elaboração de espetáculos solos com atrizes e cantoras de Brasília, de outros estados e países, como Helen Chadwick (ING), Rosa Carlos (PB) e Letícia Castilho (MG).

No teatro, foi professora de interpretação de inúmeras escolas locais, entre elas a Casa do Candango, o Teatro Mapati, Ação Social do Planalto, Cena Academia de Teatro e em módulos de extensão na Universidade de Brasília – UnB. Inaugurou o Centro Cultural de Barreiras (BA), em 1996, onde produziu a I Semana de Arte, com intercâmbio cultural entre artistas locais e artistas da capital brasileira.

Escreveu, adaptou, compôs trilha e dirigiu dezenas de espetáculos como “Elizabeth Tudo Pode” (em cartaz desde 2011), incluindo turnê na Argentina; “João de Ferro” (2010); "Coisas de Alice" (2009); "Medea – Gaia Em Fúria" (2006); "ARS – As Mil Folhas Peladas Dos Poemas" (2006 a 2012), work-in-progress, incluindo abertura da I Bienal Internacional de Poesia; "Até Que A Morte Nos Separe" (2007); "Os Saltimbancos – Los Quatro Amigos" (1995 a 1997); “As Encalhadas e o Namorador” (1996), "Os Filhos De Kennedy" (1996), “Street of Fire” (1994); "A Eterna Luta Entre O Homem E A Mulher" (1992); “Em Nossas Mãos” (1991); “O Boi e o Burro no Caminho de Belém” (1991); "Humulus – O Mudo" (1991); "Não Majestade" (1990); "Os Rapazes da Banda" (1990); "A Mãe Porra Louca" (1990); "Papa Highirte" (1990) e "Mão na Luva" (1989). Atualmente, ensaia os seguintes projetos em fase de elaboração: “Elogio ao Incêndio”, “O Jardim Zen”, “Amoeróticos – As Desventuras de Julieta”, “Os Dubladores”, “Carta No 6” e “Mare Serenitatis”.

Como atriz, atuou no projeto "Mitos do Teatro Brasileiro” (2010), como Dulcina de Moraes, direção de Sérgio Maggio e Jones Scheneider; "Ur-Hamlet" (2009), direção de Eugenio Barba, durante aniversário de 50 anos do Grotowski Institute (POL); "Irmã Teodora e As Desventuras Do Cavaleiro Agilufo" (2008 e 2009), direção de James Fensterseifer; "As Ridículas de Moliére" (2008) e "Admirável Ainda (2007)", ambos com direção de Miriam Virna; "Medéa – Gaia em Fúria" (2006); "Camila" (1998 e 1999), direção de Álvaro Heleno; "Os Saltimbancos – Los Quatro Amigos" (1995 a 1997); "Tira II – Macoy is Back" (1997), da Cia. De Comédia Melhores do Mundo; "Devagarinho Eu Deixo" (1993, indicação ao Prêmio APAC de Melhor Atriz), direção de Guilherme Reis; "A Vida Excêntrica de Draga La Viola" (1992) e "Girassóis e Baratas" (1991), ambos com direção de André Amaro; “A Fã” (1991), direção de Francisco Rocha; "A Duquesa De Brignoc" (1991, Prêmio Alta-Mir e Festival Sertãozinho de Melhor Atriz e indicação ao Prêmio APAC de Melhor Atriz) e "O Túnel" (1990), ambos com direção de Hermes Leão; e "A Serpente" (1989), direção de Ademir Miranda.

Fotos (de cima para baixo): Bruno Farias, Marcelo Dischinger (Medéa), Capa Pedras d'água (Editora Dulcina), Ricardo Calixto (Arte Secreta 2011), Curso de atuação para Cinema, Laugi (Show Nosso Jeito), Marcelo Dischinger (Show Periferia - Katia Pinheiro), Marcelo Dischinger (ARS), Marcelo Dischinger (A Página Em Branco), Edu Barroso (Mitos do Teatro Brasileiro - Dulcina de Moraes), Marcelo Dischinger (Medéa) e Irmã Teodora.